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| Não postem nada ainda aqui. Por favor, esperem eu terminar. | |
| Autor | Mensagem |
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Renatão
Mensagens : 20 Data de inscrição : 06/03/2011 Idade : 69 Localização : Miami/FL - Florianópolis / SC
| Assunto: Não postem nada ainda aqui. Por favor, esperem eu terminar. Sex 25 Mar 2011, 20:52 | |
| INTRODUÇÃOO voo de um aeromodelo é possível pelo equilíbrio das forças constantes da figura abaixo . A força, a que chamamos força de sustentação é designada pelos anglo saxónicos como LIFT, que também usaremos nesta exposição. Destas, a força de sustentação é fundamentalmente devida ao papel da asa. É portanto da asa, no seu aspecto de sustentação, que queremos abordar……por enquanto. Nesta vista plana vemos alguns dos parâmetros fundamentais que definem uma asa. A sombreado temos aquilo que chamamos a “plataforma” da asa. Notemos que ela se estende, em termos geométricos e teóricos, para o interior da fuselagem.Considerando uma asa simétrica, como é normal, á secção central que a divide em duas partes chamamos RAIZ, e á secção da ponta chamamos aqui, EXTREMO ou TIP, ou simplesmente PONTA. Perspectivade uma asa comum:Nesta perpectiva podemos ver que, no caso mais geral, ( fora alguns trainers), a asa não tem forma plana rectangular, afilando desde a raiz para a ponta. Considerando a imagem como 3D, podemos ver que a forma da asa obece ao perfil da raiz, que se vai tornando proporcionalmente menor á medida que nos aproximamos da ponta. Mas nem sempre é assim: temos asas em que o perfil da raiz e da ponta são diferentes em vários aspectos. Por exemplo, no caso da asa ter “twist” ( torção), no caso de ter um perfil da ponta especial, etc.…..Embora na figura 1 anterior a força de Lift apareça como um vector único localizado, ela distribue-se ao longo da asa como se mostra a seguir. A distribuição de forças ao longo da envergadura , num modelo ideal de asa, teriam uma distribuição eliptica. Todavia, na prática, e devido ás variações geométricas dos mais variados tipos de asa, esta configuração só se verifica em casos muito “standart” como por exemplo , numa plataforma também elíptica. ( aqui representamos um conjunto de vectores de força, Li, discretos , mas claro que a distribuição é contínua) Numa asa ideal a distribuição de força de Lift ao longo da asa terá uma forma elíptica , ou seja a força sustentadora L é máxima no centro e vai diminuindo até chegar a valor nulo no extremo. Por outro lado a força de drag é um força de sentido oposto ao do movimento da asa. Quando o perfil de forças deixa de ter uma forma elíptica, isso significa, geralmente uma perda de sustentação total. Todavia, as diferentes formas de asa trazem, perante os objectivos pretendidos , vantagens que não podem ser ignoradas como veremos...... |
| | | Renatão
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| Assunto: Re: Não postem nada ainda aqui. Por favor, esperem eu terminar. Sex 25 Mar 2011, 20:59 | |
| FORMAS FUNDAMENTAIS DE ASA( REPRESENTADAS PELA SUA PROJECÇÃO PLANA) Nomenclatura: R- Corda da Raiz E (ou T) – Corda do extremo (Tip, ponta) b – Envergadura , de extremo a extremo s – Semi-envergadura, ( s=b/2) c - dimensão de corda em qualquer secção TIPOS MAIS CORRENTESAsa 1- Rectangular - Esta asa tem uma dimensão transversal (corda) constante, pelo que temos para as dimensões R e E : R=E. Este é o tipo de asa rectangular característico dos “treinadores”, portanto, permitindo uma elevada força de suspensão, (Lift), boa estabilidade de voo, mas apresentando por vezes uma força de arrasto (Drag) elevada. É especialmente usada com modelos de baixa velocidade. Asa 2 – Afilada , ou com Taper- Esta asa apresenta um estreitamento progressivo da raiz (R) para o extremo (E). Esse estreitamento, designado por “taper” ou afilamento é definido como : t= E/R (em percentagem, ou decimal. ) t=E/R É um tipo de asa usado para aeromodelos e maior velocidade. A sua capacidade de Lift é menor que a anterior para a mesma velocidade, mas cumpre a sua função a mais altas velocidades, onde a anterior seria difícil de usar. Note-se que, num pequeno afilamento, a distribuição da força de Lift ao longo da asa tem uma forma mais elíptica, o que se aproxima mais do ideal dos cálculos para L. Para as de grande afilamento, (curva a encarnado - figura acima), já existe um afastamento notório da forma elíptica para a distribuição de Lift. Asa 3 – Em Flecha - O termo anglo - saxónico para este tipo de asa é “Swept”, varrida ou arrastada, mas para português traduziremos por “em flecha”. O seu parâmetro característico é oângulo PHI, (muitas vezes também representado por λ), ângulo entre a horizontal e uma linha a ¼ do bordo de ataque no ponto de intersecção com a Corda Aerodinâmica Média ( CAM). A asa em flecha é uma asa que aparece originalmente para aviões de velocidade trans - sónica ou super – sónica. Nos aeromodelos vamos encontrá-las em “asas voadoras”, e modelos simulando aviões a jacto. Asa 4- A asa pode ainda apresentar torção,- ou seja um ângulo para o perfil do extremo diferente do ângulo da raiz, por exemplo: Neste exemplo, o perfil do extremo faz um ângulo q =3 º em relação ao perfil da raiz. Esse ângulo pode ser positivo ou negativo, conforme os efeitos aerodinâmicos que se pretendam. A designação anglo-saxónica para estas situações é, respectivamente, Wash-out e wash-in.Este efeito de torção pode encontrar-se em qualquer dos modelos de asa anteriores, mas é mais vulgar nas asas com afilamento e / ou flecha. A torção modifica a distribuição da força de Lift ao longo da asa , mas pode influir pouco no Lift total.
Última edição por Renatão em Sex 25 Mar 2011, 21:50, editado 2 vez(es) |
| | | Renatão
Mensagens : 20 Data de inscrição : 06/03/2011 Idade : 69 Localização : Miami/FL - Florianópolis / SC
| Assunto: Re: Não postem nada ainda aqui. Por favor, esperem eu terminar. Sex 25 Mar 2011, 21:09 | |
| PERFIS DA SECÇÃOSe considerarmos a secção transversal de uma asa normal, encontraremos, quase de certeza um perfil do tipo seguinte.... O AEROFOIL Constata-se que os limites superior e inferior do perfil têm diferentes curvaturas. Um parâmetro importante é a dimensão da Corda – c – que vai de um extremo do perfil, o bordo de ataque, ao outro extremo, o bordo de fuga. Todas as medidas deste perfil são geralmente expressas em percentagem da corda c. Assim, qualquer ponto longitudinal á distância x do bordo de ataque será expresso como X = x/c * 100% Também as ordenadas em x , Ys e Yi são expressas em percentagem de c. Portanto para um perfil com uma corda de 200 mm, um ponto x a 40 mm do bordo de ataque tendo para ordenadas Ys = 10 mm e Yi = 4 mm corresponderão os seguintes valores na tabela que define o perfil: X % | Ys % | Yi % | 40/200 = 0.2*100 = 20 | 10/200 = 0.05*100= 5 | 4/200= 0.02*100 = 2 |
O perfil será deste modo definido geométricamente por N pontos desde x=0 a x=c, ou seja de 0% a 100% da corda.…. PERFIL "AEROFOIL" A linha a vermelho na figura representa a linha média dos pontos superiores e inferiores do perfil. Portanto, em relação a essa linha Ys-ym=ym-Yi. sendo ym o ponto médio entre Yi e Ys. Como vemos, e se o perfil não for simétrico, esta linha começa e termina nos extremos da corda mas afasta-se desta para pontos intermédios. Chamamos “camber” ou curvatura á distância entre esta linha e a corda, mais uma vez expressa em percentagem desta. O valor máximo de camber e a distância a que se encontra do bordo de ataque são valores fundamentais para o comportamento aerodinâmico deste perfil.O perfil será deste modo definido geométricamente por N pontos desde x=0 a x=c, ou seja de 0% a 100% da corda.…. Continuando com o exemplo anterior ( corda =200 mm) se a distância máxima entre a linha média e a corda for 4 mm, e se verificar a 80 mm do bordo de ataque diremos que o camber é = 4/200*100= 2% e localiza-se no ponto X’ = 80/200*100 = 40% Para desenhar os perfis , temos de ter tabelas de valores a estes correspondentes. Apresentamos como exemplo de tabela de um perfil o seguinte : NACA 2410 . Sigificado : 2 4 10 2- Representa o valor de camber máximo em função da corda… neste caso Camber Max=2% de c 4*(10)- Representa a distância a que o Camber máximo está do bordo de ataque ….. neste caso a 40% de c 10 - Representa a espessura máxima do perfil em % da corda -c - , neste caso 10% c Tabela do perfil
XL | YS | Yi | 0 | 0 | 0 | 0,5 | 1,1762 | -0,8759 | 0,75 | 1,4159 | -1,0766 | 1,25 | 1,8021 | -1,3729 | 2,5 | 2,5124 | -1,866 | 5 | 3,5072 | -2,4395 | 7,5 | 4,2428 | -2,779 | 10 | 4,8288 | -2,9966 | 15 | 5,7047 | -3,2203 | 20 | 6,2984 | -3,2755 | 25 | 6,677 | -3,2318 | 30 | 6,878 | -3,128 | 35 | 6,9253 | -2,9899 | 40 | 6,8358 | -2,8358 | 45 | 6,6379 | -2,6635 | 50 | 6,359 | -2,4649 | 55 | 6,0068 | -2,2484 | 60 | 5,5873 | -2,0202 | 65 | 5,105 | -1,7851 | 70 | 4,5632 | -1,5467 | 75 | 3,9639 | -1,3073 | 80 | 3,3082 | -1,068 | 85 | 2,596 | -0,8293 | 90 | 1,8264 | -0,5903 | 95 | 0,9974 | -0,3494 | 98 | 0,1061 | -0,01044 | 99 | 0,05305 | -0,00522 | 100 | 0 | 0 | 0 | 0 | 0 |
Tomando como exemplo a linha da tabela a amarelo:XL - dá a distância medida na corda a partir do bordo de ataque. Consideremos um ponto a XL = 40% ( a amarelo na tabela): o ponto X estará a 40% de c do bordo de ataque , logo a 0.4*200 = 80 mm. Para esse valor de Xl=40, o valor de YS da tabela é 6.8358% da corda, logo o ponto fica na vertical a 0.068358*200 =13.67 mm para cima. O YI é negativo significando que se enecontra abaixo da corda. A coordenada para YI é -2.8353% da corda ,logo estará 0.028358*200 = 5.67 mm abaixo dela. O conhecimento de um perfil de uma asa é FUNDAMENTAL para o conhecimento das características da asa. Felizmente temos na net centenas ou mesmo milhares de perfis , descritos por tabelas de coordenadas como a apresentada acima. Por outro lado, algumas séries de perfis, como os NACA de 4 digitos, ( exemplo acima) são dedutíveis de fórmulas relativamente simples. |
| | | Renatão
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| Assunto: Re: Não postem nada ainda aqui. Por favor, esperem eu terminar. Sex 25 Mar 2011, 21:25 | |
| PARÂMETROS DA ASAUma asa tem vários parâmetros fundamentais que devem ser considerados no seu comportamento, aplicação e performance.1- Área – A - Para área da asa é considerada a área da sua planificação. È portanto um problema de geometria elementar em que não nos deteremos. ( Nota : alguns programas dão-nos a escolher ente fazer os cálculos com a àrea planificada ou a área projectada, que podem muito bem ser valores diferentes)2- “Aspect Racio” – AR - Este é um parâmetro aerodinâmico fundamental sendo representdo pela expressão: AR = b2/A - (Quadrado da envergadura / Área da asa) O aspect racio, ou alongamento, (ou ainda conicidade?!?!) -AR- é fundamental no desempenho de uma asa . Damos a seguir alguns exemplos: AR baixo– Asa estruturalmente mais forte, modelo mais manobrável e com menos arrasto. Adaptada a altas velocidades AR moderado – Utilização mais corrente, porque de características médias. AR alto – Asa mais eficiente aerodinamicamente, com menor arrasto a velocidades baixas e grandes altitudes. Típica dos planadores. 3 - Taper - Já anteriormente definido afecta significativamente a distribuição da força ascencional (Lif) ao longo da asa. 4 –Torção - A torção do extremo afecta também a distribuição do Lift de modo semelhante 5 – Flecha- A figura seguinte dá uma ideia da influência da flecha e seu sentido 6 - Corda Aerodinâmica Média – CAM - Fisicamente é a corda de uma asa rectangular com a mesma área e características aerodinâmicas que a asa em questão, ou seja, simplesmente a corda da asa rectangular equivalente nas mesmas condições. O comprimento da CAM pode ser determinado pela expressão : sendo t o afilamento, ( taper) em valor decimal, e R o valor da corda no perfil da raiz 7 - Centro Aerodinâmico – CA – É um ponto localizado na CAM, distando do bordo de ataque 25% do comprimento da CAM. Este ponto é importante porque o momento total das forças actuantes na asa em relação a ele pouco varia com o ângulo de ataque. Consideremos a figura seguinte: Asa desenhda e calculada por programa próprio-PROASA 01 ( dimensões em mm)Taper = 60% ; Àrea = 0.16 m2 ; AR = 8 CAM = 204 mm a d=367 mm ; CA= 83 mm do vértice Para determinarmos a posição do CA traçamos uma linha formada pelos pontos das cordas extremas distanciando 25% da sua dimensão do bordo de ataque. No cruzamento dessa linha com a da CAM fica o ponto que , transposto na horizontal para o centro da asa localiza o CA. Todavia, estes cálculos dâ-nos o valor da CAM, mas não a posição na asa , ou seja , a distância á raiz. Claro que há processos analíticos para determinar essa distância , mas o método mais fácil de determinar a sua posição é o que se segue: 1- Traçamos a linha , ( azul) que fica a uma distãncia do bordo de ataque igual a 25% do valor da corda em cada ponto 2- Transpomos para a vertical da raiz um segmento com a dimensão da ponta 3 - Transpomos para a vertical da ponta , um segmento de dimensão igual ao da raiz, mas em sentido contrário ao anterior. 4 -Unimos os extremos dos segmentos 2 e 3 por uma recta ( linha verde) 5. O ponto onde a linha verde intersecta a azul é o ponto onde se localiza a CAM 8 – Diedro - Diedro é o ângulo que a asa faz com a superficie horizontal num voo nivelado. O diedro é importante porque contribui para a estabilidade rotacional do aeromodelo em torno do seu eixo, o “roll” A - .Esta é a posição normal do modelo em voo plano, horizontal, com o aeromodelo visto de frente B-Por várias razões, o aeromodelo pode inclinar-se lateralmente , em torno do seu eixo longitudinal, num movimento a que os anglo-saxónicos chamam ROLL C -Quando isso aconte, por exemplo, como se figura, o ângulo de ataque das asas é alterado em relação ao fluxo de ar, e o Lift na asa direita torna-se maior que o da esquerda. Nessas condições, o desequilibrio de forças faz o aeromodelo voltar á posição normal - D. O mesmo se passará num “roll” para a esquerda, claro….. Diedros elevados são usados em asas de posição alta, com baixo afilamento. |
| | | Renatão
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| Assunto: Re: Não postem nada ainda aqui. Por favor, esperem eu terminar. Sex 25 Mar 2011, 21:38 | |
| PERFIL E SUSTENTAÇÃOIMPORTÂNCIA DO AEROFOIL NA FORÇA DE SUSTENTAÇÃO – LIFT5.1- GENERALIDADESA forma do aerofoil vai determinar a existência da força de sustentação da asa devido ás alterações que imprime ao fluido, ar, onde se desloca…. Sobre a explicação fisica do fenómeno de Lift há duas teorias, a de Bernoulli e a de Newton. O que abaixo se segue baseia-se mais especialmente na segunda, pois há um abandono progressivo da primeira. Pode notar-se que em parte devido ao camber do aerofoil e em parte devido ao ângulo de ataque, se forma junto ao bordo de ataque uma zona de fluxo ascendente e no bordo de fuga um fluxo descendente. A situação pode representar-se como o diagrama abaixo: Cria-se deste modo uma força ascencional, o LIFT.....Mas vemos que há um outro factor fundamental contribuindo para o Lift : O ângulo de ataque , ou seja , o ângulo – α - alfa - que a corda do perfil faz com a direcção do fluxo livre, como mostrada nas Figuras acima e abaixo. Note-se que a análise deste fenómeno é bastante complexa, dando origem ao que se designa por ângulos de ataque induzido, ângulo de Washout, etc. O ângulo de Wash out -eta - é o dobro do ângulo induzido, que é, por sua vez, (para uma asa ): alfa ind. = CL/(pi* AR) (O significado de CL poderá ser visto nas páginas que se seguem) Note-se, na figura abaixo, que a formação da força de Lift dá origem a uma força de oposição á direcção do movimento da asa que se designa por Drag Induzido Repetimos: P ARA UM PERFIL, o conjunto destas duas forças é fortemente dependente de três parâmetros: O valor do Camber ,o valor do ângulo de ataque α e o Número de Reynolds ( do qual falamos mais adiante) . Na figura abaixo ilustramos que , para um perfil em movimento, vai gerar-se um “envelope de pressões” á sua volta com determinada forma e que o Lift é a resultante dessas forças e o seu ponto de aplicação o ponto CP ( centro de pressões). Para o mesmo perfil, e fazendo variar o ângulo de ataque, varia o envelope de pressõe e por consequência o valor do Lift e a posição do centro de pressões CP também. É fundamental não confundir ângulo de ataque com ângulo de incidência. A figura abaixo mostra a diferença. Pode parecer á primeira vista que não há diferença entre estes dois ângulos mas pensemos por exemplo nos casos: 1- Num dia perfeitamente calmo, sem vento, o fluxo que incide na asa tem a direcção do deslocamento do aeromodelo. Mas nada implica que esse fluxo seja paralelo ao eixo do avião e , em muitos casos não é mesmo. 2 – No voo de um planador contamos apenas com o fluxo livre, natural do ar que vamos supor horizontal. Todavia, o planador tem, por construção, uma asa que faz determinado ângulo com o seu eixo. Basta que a aeronave suba ou desça para que o ângulo de ataque e de incidência sejam diferentes nesse movimentos. 3- Em muitas outras situações, não há coincidência entre ângulo de incidência e ângulo de ataque, mas isso pode acontecer num voo idealmente plano em que o eixo do modelo coincida com a direcção do fluxo de ar livre,mas basta pensarmos na inclinação de subida ou descida do aeromodelo ( Pitch)…..para essa situação desaparecer. Chegados a este ponto, já vimos que não temos como variável apenas o ângulo de ataque , que sempre designámos por α. Por isso , a partir daqui usamos , para deignar esse ângulo, tal como definido acima o acrónimo : AdA= Ângulo de Ataque
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| Assunto: Re: Não postem nada ainda aqui. Por favor, esperem eu terminar. Sex 25 Mar 2011, 21:48 | |
| 5.2- O LIFT PARA UMA ASA FINA DE ENVERGADURA INFINITA, ( sem extremos….)As considerações que se seguem são apenas aplicáveis a uma asa teórica de envergadura infinita, algo como a fig. abaixo: Portanto, as propriedades aerodinâmicas de uma asa deste tipo não estão influenciadas pela existência de extremos, que, na prática, têm grande influência. Mas isto sob um ponto de vista teórico, pois não é possível ter na realidade uma asa deste tipo, claro! Vejamos as diferentes situações que se podem pôr em termos do respetivo perfil5.2.1- Asa de perfil simétrico: ( camber=0)No caso da figura acima, o camber da asa dá origem a que, quando ela se desloca paralelamente á sua corda, seja gerada uma força de Lift- L. Essa força deve-se á diferença entre as características aerodinâmicas do extradorso e intradorso, como já mencionado. Se, além do camber a asa tiver um determinado ângulo de ataque, AdA, verifica-se um incremento da força L, (mas isto só acontece até certo ângulo AdA como veremos adiante). 5.2.2 - Ângulo de ataque - AdAAté certos limites, o aumento do ângulo de ataque aumenta o Lift…Todavia a partir de certa altura dá-se o fenómeno de ESTOL ou perda de sustentação. Veja-se abaixo um gráfico relacionando o Coeficiente de Lift – Cl – com o ângulo de ataque: Um conhecimento importante nesta matéria é o conhecimento do modo como Cl varia em função de AdA. As principais características aerodinâmicas de um perfil são dadas pelos valores de três coeficientes:5.3 – OS PRINCIPAIS COEFICIENTES DO PERFILCOEFICIENTE de LIFT – Cl : Vai permitir o cálculo da força de Lift que o perfil gera COEFICIENTE de DRAG – Cd : Vai permitir calcular as forças que se opõem ao movimento ( arrastoou drag) COEFICIENTE Cm – Momento da força de Lift em relação a dado ponto do perfil O coeficiente de Lift é definido como : ( supondo que conhecemos a força L)Sendo : L- Lift ( Newtons) ; ρ – Massa especifica do ar ( kg/m3) ; A – área da asa ou segmento ( m2) ; V – velocidade de deslocamento ( m/s) Conhecido Cl claro está que teremos : Nota: Temos duas unidades físicas para expressar a força: Usando unidades como: o metro, o Kg ( massa) e o tempo em segundos , obtemos o resultado da força em Newtons ( N ). Muitas vezes as forças são apresentadas em unidades de KG, mas nesse caso é mais correcto designá-las por Kgf ( Kilograma força). Se desejarmos transformar Kgf em N, basta multiplicar o seu valor por 9.8. Para passar de N a Kgf, será dividir por 9.8Igualmente para Cd teremos : E para Cm onde c é o valor local da corda, em metros |
| | | Renatão
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| Assunto: Re: Não postem nada ainda aqui. Por favor, esperem eu terminar. Sex 25 Mar 2011, 22:12 | |
| 5.4 – OS GRÁFICOS FUNDAMENTAIS DE UM PERFILPara completa caracterização de um perfil temos essencialmente três tipos de gráficos: Os gráficos Cl-AdA, Cm- AdA e os gráficos polares Cl-Cd . GRÁFICOS Cl - AdA Estes gráficos mostram a variação de Cl em função do ângulo de ataque AdA, para um perfil em particular. Consideremos o seguinte perfil ( puramente imaginado e apenas exemplificativo) A este perfil corresponde um gráfico Cl-AdA como se figura a seguir, dando-nos o aumento do coeficiente Cl, á medida que aumentamos o ângulo de ataque. Repare-se que a curva é aproximadamente linear entre os pontos A e C, mas a partir daí, o coeficiente Cl tinge um máximo e começa a descer. Nesta zona, após o ponto D temos o fenómeno de ESTOL, ou seja perda de sustentação da asa. Na zona linear podemos fazer leituras tal como a figurada: para este perfil, com um ângulo de ataque AdA = +3º obtemos um Cl= 0.55.( Linha a encarnado) Outros dados importantes que este gráfico fornece: 1 – Pendente da curva na parte rectilínea entre os pontos A e C: = Y/X na figura.( Não esquecer que os ângulos são em radianos) X=5º-(-2º) -- 0.122 rad -- Y=Cl=0.75 -- a0 = 0.75/0.122= 6.14É um facto que , para a maioria dos perfis, o valor da inclinação desta linha – a0 – anda perto dos valor 6.28, ou seja 2p. Isto leva a encontramos muitas vezes para o valor de Cl a expressão:Cl = 2p*a ( com a em radianos)……………………5 Em que α = (AdA - αl0) rads Nota : para transformar graus em radianos use : rad.= a(º)/180*3.14162 – O valor de de Cl só é = 0 para um ângulo de -2º ( ponto A). Este é o ALN do perfil, ou αl0 = Ângulo de Lift Nulo. ( Em cálculos futuros, vamos usar como α não o ângulo de ataque mas sim a sua diferença para ALN , por exemplo, se usamos um ângulo de ataque como atrás definido, de 3º, em alguns cálculos será usado α =AdA- αl0 = 3-(-2) =5º. 3- Outro valor importante é o valor do Cl para um ângulo de ataque de 0º, designado por Clα0 . No exemplo, o valor de Clα0= 0.2( ponto B)
4 – Por outro lado o valor de Clmax , ponto D, será, no gráfico, aproximadamente Cl= 0.8 e verifica-se para um AdA = 6,3º.
5 – A partir do ângulo correspondente ao ClMax começa o fenómeno de “ESTOL”
Os gráficos “mais cuidados” são todavia mais complexos que o da Fig.23, pois apresentam várias curvas, cada uma correspondente a dado nº de Reynolds.Nesta Figura vemos que a cada nº de de Reynolds correesponde uma diferente curva Cl-AdA........ O que é o Nº de Reynolds, Ry?O nº de Reynolds é um valor adimensional que caracteriza o movimento de um objecto no seio de um fluido livre,( e não só), tendo como expressão geral : Onde: V- Velocidade do objeto no fluido (m/s) ρ – Massa especifica do fluido ( Kg/m3) L- Dimensão característica do objecto (m) µ - Viscosidade ( dinâmica) do fluido ( Pa.s) Assim, se tivermos uma asa com uma corda média c=L=150 cm = 0.15 m, deslocando-se a uma velocidade de 6 m/s, em ar á pressão e temperatura normais (ρ = 1.22 Kg/m3 ; µ = 17.4*10-6 Pa.s) teremos para Ry= =76250. Se formos á linha do R= 75000 lemos, para um ângulo de ataque de 5º um valor de Cl de 0.75. Todavia, se a velocidade for de 24 m/s o valor Ry será =252414. Para o mesmo ângulo de ataque lemos agora, na linha correspondente a R=250000, um valor Cl=0.9 Podemos notar que as linhas correspondentes a Ry=250 000 , Ry= 3 000 000 na sua parte linear, estão bastante próximas . Para o exemplo desta asa esses nºs de Reynolds são correspondentes a velocidades de 24.6 m/s a 290 m/s… Ou seja, para ete perfil em particular, temos uma larga faixa de velocidades, acima de 25 m/s, (90 Km/h), onde o erro devido á não consideração do nº Ry é pequeno. GRÁFICOS Cm- AdA A força aerodinâmica, resultante da diferença das forças de pressão na face superior e inferior do perfil, vai variar com a variação de ângulo de ataque, como já mostrado. A figura acima, mostra que não só o valor da força aerodinâmica se altera com α como o seu centro de aplicação varia também. Não esquecer que qualquer força gera um momento, em relação a qualquer outro ponto que não seja o seu próprio ponto de aplicação. Exemplo: O modelo abaixo apresenta três momentos que afectam a estabilidade do seu voo, provocando tendências de instabilidade, um binário de rotação ao longo do seu eixo longitudinal ( roll), um bináriono no plano do seu eixo que provoca uma instabilidade horizontal (yaw), e um binário no plano vertical, que provoca uma instabilidade de inclinação – (pitch). È este último que queremos abordar A força F tem, no caso 2, em relação ao ponto A um determinado momento, que no caso é o produto de F por d. O mesmo se passa no aeromodelo, com a força de Lift e o centro de gravidade ou qualquer outro ponto que queiramos tomar. Neste exemplo o aeromodelo tem a tendência de empinar o nariz para cima. Por isso, o momento tem grande importância na estabilidade longitudinal do modelo, ou seja no PITCH O Lift de um aerofoil é uma força distribuída cuja resultante se localiza no CP- (centro de pressão), mas, como a localização do CP vai variar com o valor do ângulo de ataque, a análise torna-se difícil usando o conceito de centro de pressão. Em aerodinâmica o momento de inclinação, (Pitch) de um perfil aerofoil é o momento provocado pela força aerodinâmica, se for considerada, não aplicada no centro de pressão- CP - mas sim no seu centro aerodinâmico- CA (a ¼ da corda). Uma das vantagens de um perfil aerofoil com camber reside no facto de, se a força de Lift for considerada aplicada no CA, ( já anteriormente definido), o seu momento resultante, vai depender da velocidade , mas vai variar muito pouco em função de AdA O Coeficiente de momento – Cm é definido pela equação (4 ) acima e, muitas vezes, representa-se a variação de Cm, em conjunto, no mesmo gráfico, com a variação de Cl, ambos em função de alfa Neste caso vemos que, ao longo da variação de AdA o Cm varia apenas de -0.04 a -0.05 ( não é constante, como dissemos, mas aproxima-se de tal - escala vertical a azul, curva azul) Tratando-se de um modelo com uma área de asa de 0.25m2, um ângulo de ataque de 3º, uma corda de 20 cm, o momento será, para condições normais de voo a 15 m/s, M= 0.3375 N.m .Sendo o momento negativo, o modelo tenderá a inclinar o nariz para baixo. GRÁFICOS Cl- CdEstes gráficos, estabelecem, para dado perfil, a relação entre dois coeficientes fundamentais : o Cl e o Cd. O gráfico apresenta várias curvas, cada uma para um determinado nº de Reynolds. Assim, se tivermos uma asa com uma corda c=L=150 cm = 0.15 m, deslocando-se a uma velocidade de 15 m/s, em ar á pressão e temperatura normais (ρ = 1.22 Kg/m3 ; µ = 17.4*10-6 Pa.s) teremos para Ry= =157759. A linha mais próxima é a azul (Ry=150500). Se, com este perfil, pretendermos ter um Cl=0.8, então iremos ter um Cd=0.017. Como geralmente pretendemos altos Cl, (forças de sustentação altas) e baixos Cd, (forças de oposição ao movimento baixas), a utilidade destes gráficos torna-se evidente. |
| | | Renatão
Mensagens : 20 Data de inscrição : 06/03/2011 Idade : 69 Localização : Miami/FL - Florianópolis / SC
| Assunto: Re: Não postem nada ainda aqui. Por favor, esperem eu terminar. Sex 25 Mar 2011, 22:14 | |
| 5.5 O FENÓMENO DE ESTOLEste fenómeno consiste na perda de sustentação da asa a partir de certo valor de ângulo de ataque. A figura seguinte exemplifica o que se passa:A partir de certo valor de AdA, a camada de ar que desliza sobre a parte superior do perfil “descola” da superfície deste entrando em movimento fortemente turbulento e cavitação. A partir desta altura, as condições aerodinâmicas que dão origem ao Lift ficam prejudicadas e a asa perde sustentação. Velocidade de Estol – É a velocidade mínima que uma aeromodelo deverá ter para manter boa estabilidade de voo horizontal, e é tirada da equação 2 dando : Sendo : W- Peso do aeromodelo ; ρ- Massa específica do ar ; A- área da asa CLmax. ( A este respeito aconselhamos uma vista de olhos ao ANEXO I) A diminuição de Vestol, significa que o aeromodelo vai obter melhor sustentação a baixa velocidade, o que é importante. ( Se tivermos um aeromodelo com um peso total de 12N, uma asa de 0.2 m2 com um perfil com CLmax =1.2, então Vestol= 9.1 m/s . Claro que , quanto menor a velocidade de estol mais fáceis serão os takeoff e as aterragens). Note-se porém que , para uma asa real, o fenómeno de estol não se dá simultâneamente para a totalidade da asa, Com efeito , cada tipo de asa apresenta uma zona característica de ínicio de estol |
| | | Renatão
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| Assunto: Re: Não postem nada ainda aqui. Por favor, esperem eu terminar. Sex 25 Mar 2011, 22:16 | |
| AGUARDEM. SEGUNDA FEIRA CONTINUO.
Ainda não postem nada, por favor. Não quero comentários no meio do meu post inacabado.
Enquanto isso, estudem o que já foi postado
Obrigado,
Abraço! |
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| Assunto: Re: Não postem nada ainda aqui. Por favor, esperem eu terminar. | |
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| | | | Não postem nada ainda aqui. Por favor, esperem eu terminar. | |
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